Vivência do Sabbath de Ostara – 24/09/2016

O sabbath da fertilidade incita a novos projetos, amores, concebimento de gravidez, ou seja, é uma outra “pegada”, a da ação e realização, pois se nos meses anteriores adquirimos conhecimento, os projetos foram aquecidos e fertilizados, agora deve ser posto em prática e tomar a forma idealizada.

E este sabbath num ano 9, pra quem está conectado com os ciclos da natureza, há crescimento financeiro. Na mesma intensidade de toda loucura que sombreia a humanidade, há uma chuva de ouro de sentimentos bons, uma força de resgate de nossa fortaleza. Abasteça-se dessa fonte!

Cada sabbath tem seu mistério, e nesse Ostara a revelação é: A mulher tem o dom de incorporar a rosa. E com isso, adquire o poder de cura, de parto e de visão. Há muito poder no símbolo da rosa, como a lua também revela o poder de uma irmandade, conecte-se como irmãs da rosa, reverenciando o conhecimento, discernimento e vitória. A Virgem Maria é um lindo ponto de contato com esse conhecimento de alta magia, o mesmo simbolismo de criar e gerar o divino.

E para os homens, o mistério é tratar bem as mulheres, isso é fator de atração de grande sorte. Nunca fique muito tempo sem elogiar sua mãe! A compreensão é: as fêmeas são a representação da Deusa, e ela é primeira.

                                                             

Ritual: Por meio do canal de condução da oração vermelha, a qual consiste na respiração circular, e ao som do atabaque, iniciou-se a incorporação dos elementos relacionados a Ostara, e ao mistério então revelado, a integração e elevação da mulher junto a irmandade da rosa, lembre-se de todo o ciclo, das folhas, do botão, o desabrochar e o despetalar. Todas as deusas representada numa flor, de Iemanjá a Nanã, esta é a profundidade do poder da rosa. E para os homens, na comunhão com a sorte, ao elevar seu trato com as mulheres. Estabeleça a disciplina da alma, através dos pactos tem-se a motivação para conquistar e trilhar os passos para se melhorar a cada dia, rumo a evolução. A verdadeira identidade do bruxo é de estar completamente apaixonado por Deus, nessa força caminha na unidade.

Música escolhida para saudar Ostara:

CANTILENA MESTRE MUZENZA

Eeeeee traço o ponto e trago o canto

Eeeeee vem També clarear o meu povo

Eeeeee no meu ponto a essência subiu

Eeeeee no meu canto a demanda caiu

Muito respeito com todos os orixás

Cada um reina dentro e fora do congá

Muito respeito com todos os orixás

Eles habitam a essência de cada ser

Eu sou Muzenza sou guerreiro de Oiá

Na minha festa vem de Exu a Oxalá

Eu sou Muzenza sou guerreiro de Oiá

Na minha festa vem de Exu a Oxalá

OSTARA

Na linhagem da Bruxaria de Raiz este é o sabbath em que abrimos as portas do templo e recebemos bruxos e simpatizantes oferecendo a todos um profuso banquete e muita alegria. A comida de preferência deve ser refinada, o que não necessariamente implica em altos custos, já que um bruxo aproveita a oportunidade para exercer o seu poder criativo.

Celebrado no equinócio da primavera por volta do dia 21 de setembro marca o tempo de grande fertilidade em que os Deuses se assanham e inspiram esta força aos seres selvagens que cada um carrega dentro de si.

A dança e a beleza fazem parte para comporem com as flores (sempre vivas em vasos apropriados e nunca flores cortadas e por isso em processo degenerativo) que decoram o ambiente. Fitas, panos coloridos, músicas alegres, manifestações artísticas, danças... São elementos importantes deste sabbath.

A fertilidade da Terra namora o calor do Sol enquanto uma brisa torna o encontro cada vez mais agradável. O Deus e a Deusa estão se apaixonando e o fogo irá aumentar até atingir o ápice em Beltane.

A partir de agora andamos mais rápidos e os feitiços são mais ligados às realizações do que as compreensões, como ocorreu nos meses anteriores. Por isso, é bastante proveitoso utilizar a força de Ostara para dar poder aos projetos e ao trabalho e também, para atrair novos amores e novas realizações em nossas vidas.

Nesta grande festa acontece a escolha do Rei e da Rainha da primavera que encarnaram o Deus e a Deusa nos festivais seguintes. Essa escolha faz com que os escolhidos vivam um período de contato intenso com a Bruxaria mesmo que estes resolvam dedicar-se à inconsciência.

O rei é escolhido através da caça ao gamo real que é feita com base na visualização, enquanto os caçadores realizam a oração vermelha com a maior entrega possível. O Rei será aquele que tiver a maior entrega externa e interna. Em casos de dúvida a Deusa escolhe através dos nomes escritos em papéis. Uma virgem deve tirar com a mão esquerda e o nome que sair deve ser acatado. A rainha é escolhida diretamente pela Deusa, pelo mesmo sistema ou indicada pelo mestre regente. Neste caso, todos os presentes devem passar a palma da mão direita sobre o dorso da mão direita da fêmea indicada. Um só voto contra impossibilita a escolha e quando isso ocorre outra fêmea é escolhida.

Mulheres que queiram ter filhos devem ser diretamente abençoadas pelo sacerdote ou sacerdotisa de maior grau na casa durante as celebrações.

A Deusa da Fertilidade e o Deus da Sedução são honrados para que toda a Terra receba o ore more deste encontro.

PENTAGRAMA DA SEDUÇÃO

A compreensão deste pentagrama é antes de tudo a chave verdadeira do poder de sedução que se deseja ver despertado. Salomão reinou através da sedução e se achegou em Deus, através do conhecimento de magia, transmitidos a gerações de mestres para mestres. Observe:

 PURIFIQUE-SE, a meleca só a meleca pode atrair. A Bruxaria possui vários movimentos e elementos de purificação. A oração vermelha (respiração circular) é sempre purificadora e existem ainda os banhos, aromas e diversos rituais apropriados. Com a purificação, o brilho a todos atrai.

 ATITUDE AMOROSA com tudo. A primeira visão que temos, embora raramente seja perceptível, é da aura do outro ser e isso explica reações que racionalmente consideram-se impossíveis. A atitude amorosa para com tudo, transforma a aura em uma energia arredondada e acolhedora. Comece consigo mesmo e tudo o que está a sua volta e vá expandindo sempre.

APRECIE A ESPÉCIE como a uma obra de arte, pois a tua fome dos outros é o maior elemento da tua sedução. Aquele que não vê em sua espécie, uma expressão de beleza e refinamento, não pode ser sincero em suas buscas e isso, de certa forma, é captado por todos.

INCORPORE tudo o que você deseja do outro, pois o mundo entende símbolos e bem pouco pode entender palavras vazias. Desejar alguém nobre e sensual quando nos dedicamos à mediocridade em nossas ações e fechamos a nossa energia sensual em falsos moralismos é vil e não traz em si nenhum poder. A justiça do astral vale para todos os aspectos de nossas vidas.

AME INCORPORADO PELOS DEUSES. Aquele que se aproxima dos outros quando incorporado pela vibração divina, provoca sensações das mais sedutoras, porque tudo neste é luz e força, seja o toque ou a palavra, seja o olhar ou a atenção... Tudo o que provém dos deuses seduz. Para isso basta ter consciência de que as divindades residem no teu ser e aceitar a isso em profundidade.

 A RAZÃO DO SOFRIMENTO É O DESEJO

Nas rodas antigas dos bruxos de raiz contava-se uma história de um bruxo chamado Nabani, que certa feita disfarçou-se de mendigo para dar uma lição num rei famoso por ser orgulhoso e arrogante, do reino de Necanada, conhecido por Bibelot.

A imagem que o bruxo projetava era a de um mendigo em último estágio de miséria. O rei ao se deparar com tal imagem falou em alto e bom som que bastava ele lhe pedir o que quisesse e seria atendido.

O mendigo então retrucou que não havia nada que o rei pudesse lhe dar que lhe fosse de serventia. Humilhado em sua tentativa de parecer misericordioso aos olhos de Deus e dos súditos, o rei insistiu que poderia lhe dar qualquer coisa que o mendigo pedisse, e tanto insistiu que Nabani estendeu uma cumbuca vazia e disse: então encha esta cumbuca de ouro.

O rei fez um sinal e um de seus mensageiros logo apanhou um grande saco de moedas de ouro e despejou dentro da cumbuca, e para espanto de todos, as moedas desapareciam dentro do saco. E como não se deixava abater mandou buscar mais. Mas tudo que era lançado desaparecia. Quando acabaram as moedas, passaram a despejar barras de ouro e joias.

Basta dizer que o monarca ficou na miséria e vencido pediu apenas para que o mendigo lhe explicasse o que havia acontecido com todos aqueles tesouros. Ao que o mestre bruxo respondeu: - Esta cumbuca é como os desejos humanos, nunca podem ser saciados e invariavelmente levam à miséria os orgulhosos.

 Dizem que o rei tornou-se um discípulo de Nabani e uma vez tombado o seu olot (ego) ele recuperou a sua fortuna e reinou com sabedoria pelo resto de seus dias no reino de Necanada. 

Desse modo, pergunte a qualquer mestre a razão do sofrimento humano e ele lhe dirá: o desejo. E ainda lhe dirá, ao contrário, para buscar seus dons, ou seja, a razão de vida. A partir daí, exerça com totalidade os seus dons e tudo o mais será consequência, sem que ele tenha que colocar a sua energia na expectativa pelos resultados.

          

A história também nos revela ser o orgulho quem está por trás de toda a ruína que se possa acometer ao ser humano. O mestre Nabani compreendeu que o rei possuía riquezas interiores que só seriam vistas por ele quando olhasse a sua miséria exterior.

O interior pode se contentar com o pouso da borboleta, mas o externo não se satisfaz nem com um Himalaia inteiro de ouro. A essência nutre-se com a vida real, enquanto o olot não se contenta com nenhuma das ilusões que fomenta. Buda está certo.

O mestre nos alerta para estarmos abertos a receber as surpresas do dia e fazer com elas o melhor possível e sendo assim, passa-se a louvar a chuva, mesmo tendo planejado caminhada ao sol. O curso é mudado em parceria e contentamento com a natureza, aproveitando cada momento da existência.