quinta-feira, 18 de julho de 2013

O MISTÉRIO DA EUFORIA

Um bruxo de raiz teme tanto a euforia quanto a depressão. Ele reconhece que tais aspectos da emoção são
os dois lados da mesma moeda. Como um lobo, o bruxo espreita e luta a fim de não tocar nenhum destes
opostos ou pelo menos ser preso dentro de um deles.
A euforia cega e nos faz perder a atenção no essencial, que é o desenvolvimento de nossas potencialidades. A
euforia antecede a depressão e esse é o jogo mental que o mantém sob controle através dos altos e baixos, aprisionando-
o na escravidão. O bruxo de raiz é uma criatura essencial e se não tiver habilidade o bastante para manter-se
em cima da onda, viverá tomando caldo.
A roda gira, mas o poder maior consiste em fazer a roda desaparecer sem se entregar nem à euforia e nem à
depressão, pois ambas são apenas armadilhas da mente. A alegria e a tristeza coexistem e é por isso que também
choramos quando rimos, sendo bem provável que se chorarmos surja um sorriso ou uma gargalhada. Ambas são
verdadeiras e por isso podem se encontrar.
A depressão e a euforia são doentias e revelam o domínio da mente sobre o ser. Talvez sejam ambas piores que
demônios e espíritos sombrios, pois nascem da ignorância que nos faz permitir culpas e medos e sermos fracos
diante das frustrações.
Célebre sempre, mas sem tornar-se inconsciente em meio à euforia do momento bom, pois o dia seguinte será
bem mais penoso, nem quando o mau momento vier. Apenas a paixão pelo Divino presente em tudo é válida para
o bruxo, e apenas isto pode alimentar nossas forças, sem exauri-las como faz a euforia. Somente a comunhão com
os Deuses pode inebriar o bruxo de raiz com totalidade. Diante de um mau momento, permaneça atento e diante
de um bom momento, continue atento.

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